a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

27/02/2017

Carnaval (zinho, é um postezinho)

Entre ir ao sofá estabelecer-me por duas horas a ver um filme com a minha filha caçula ou escrever um postezinho en el blogue, decido-me pela primeira. Todavia, carece registar sobre o cheiro a coisas guardadas que paira aqui em redor de cada vez que a minha outra filha, a primogénita, vem à sala desfilar os costumes de carnaval que enverga, um após outro, para aprovação caseira antes de sair para a noite (ai que bom ficar em casa). Já se viu passar uma chinesa de quimono vermelho que recentemente tipo há quinze minutos se converteu em diversas versões modificadas de palhaços encimados por cabeleiras que fazem estágios prolongados demais na arrecadação e óculos que davam para fazer ula-upe ou lá o que é com os aros. Entre coisas estranhas e quase mortas, à exceção dos bichos vagamente castanhos que sobrevivem a tudo estabelecidos ali em casulos agarrados às paredes, da árvore de natal e da panela das couves que tinha desaparecido e entretanto apareceu, o cheiro destes objetos habitantes da tal arrecadação é um composto químico com partículas em suspensão de certeza... mau. Por exemplo ácaros crescidos à sua vontade em cultura de escuridão (oh coitadinhos, diria a minha caçula que acha tudo o que se assemelha a célula fofinho).

(Se com este post não perder nenhum leitor, então tenho leitores mesmo mesmo queridos.)

Mas está na hora de ir espirrar para o sofá que o filme vai começar. 

24/02/2017

Entre beijos e abraços (o botão)

Por um lado, procurei na internet um restaurante numa zona de Lisboa que vibra de um modo ressonante comigo. Encontrei, telefonei e marquei mesa para jantar no dia seguinte. Informei depois as restantes comensais sobre as possibilidades de estacionamento na área que, não sendo perfeitas, não requerem mais de dez minutos a pé e neste escorvar de primavera o que é isso senão um momento de vibração citadina e prazerosa.
Por outro lado, o botão de cima do meu casaco cinzento está a ameaçar cair vai para semanas, e eu aguardo que ele caia à sua vontade; quero saber onde e quando vai ele escolher o momento e só nessa altura darei seguimento ao processo que urge, pregar o botão de volta ao sítio dele se conseguir, se não fica um nadinha ao lado, como de costume.
Depois de ter enviado o email às minhas amigas com os detalhes para o jantar, visto o casaco e saio de casa para ir comprar fruta e legumes frescos. No caminho cruzo-me com a vizinha do segundo, que vem do cabeleireiro e está bonita. Quem sabe já terá recuperado, pelo menos talvez em parte, da morte do marido.
- Que bonita está a minha vizinha!
Ela devolve-me um elogio por cortesia, que não me serve, e ao mesmo tempo lança a mão ao meu botão pendurado. Pega na farripa de linha que sobra, caída, e enrola-a com vigor em torno do chamado pé, no local entalado entre o botão e a fazenda, prevenindo-me para a queda iminente e consequente perda daquele, que depois não consegue arranjar igual e é o cabo dos trabalhos, tem de mudar os botões todos ao casaco.
- Bem sei, bem sei... muito obrigada – e continuamos ambas os nossos caminhos, a queda do botão assim adiada, a vizinha é prudente e estará certa, mas eu escolho observar o aumento de entropia dos fenómenos inofensivos sem os interromper, é tão mais divertido assim.

No dia seguinte, depois de estacionar num dos locais recomendados às minhas companheiras de jantar, subo a avenida inspirando a primavera anoitecida, ali nascida em florinhas brancas numa árvore pregada à calçada lisboeta e sou a primeira a chegar ao restaurante. Sento-me na zona do bar onde aguardo apenas alguns minutos. Quando as minhas amigas surgem, entrando juntas de encontro casual lá fora, eu levanto-me, distribuo beijos e abraços e o botão cai no chão.

20/02/2017

A bicha

Hoje de manhã, quando passavam alguns minutos sobre a hora a que eu achava que abriam os correios, arrumei o meu telefone, no qual estivera a ler blogues muito bons enquanto tomava café, levantei-me, fui colocar a minha chávena vazia em cima do balcão e dirigi-me à estação dos correios, que fica na rua do café. À porta está Emília como quem espera, e eu - olha queres ver - estico o pescoço para o autocolante colado no vidro da porta, com o horário inscrito, e exclamo, ah, só abre às dez!
- Pois só, o horário mudou desde que os correios têm banco. - isto diz Emília, denotando um certo aborrecimento pelo aparente esquecimento quanto ao novo horário - antes era às nove e meia.
Dou uma olhada ao relógio e vejo que vamos ter de esperar vinte minutos. Não conhecia Emília até este momento, e só por um capricho do universo é que o nome desta senhora é mesmo Emília e não outro qualquer. Mas Emília fica-lhe bem. Ali à porta dos correios por abrir, e mediante a troca destas palavras, parece-me ser mulher serena, perspicaz, firme. Tem idade para receber cartas escritas pelo punho ainda incerto de netos eventuais.
- Vai ver que daqui a pouco se forma aqui uma bicha de pessoas. - Emília, topando ser mais conhecedora dos acontecimentos inerentes à estação de correios do que eu, informa-me de acordo com a estatística pessoalmente comprovada.
- Ah sim?...
Não passa um minuto, aproxima-se Maria dos Ais, que se junta a nós, terceiro lugar na bicha de gente, afinal parece ser verdade. Traz com ela alguns tiques que me parecem nervosos e nítida vontade de conversar, mas isto abre a que horas?!
- Às dez - dizemos Emília e eu em coro.
- Ai valha-me deus! - e faz tsc tsc com a boca enquanto abana a cabeça em sinal notório de reprovação.
Maria dos Ais, a ter netos, tê-los-á de pulso mais firme na escrita e é diferente de Emília, assentando-lhe bem o nome composto que acabo de escolher.
- Então o Benfica? Ganhou? - Maria dos Ais dirige a pergunta vagamente a Emília ou talvez a quem a apanhar, que já estão mais duas pessoas na bicha. Emília responde afirmativamente, o Benfica ganhou.
- Ai graças a deus! - e ao dizer isto, Maria dos Ais junta as mãos, que ergue ao céu, e diz ainda qualquer coisa sobre deus nosso senhor a ter ouvido nas orações.
Emília olha-a de frente e declara que o futebol não lhe interessa nada, tanto dá ganhar um como outro e às vezes ficam uns contentes e outras outros e assim é que está certo. Eu mantenho-me em silêncio e em silêncio ficamos agora as três por um momento. A bicha vai crescendo.
De repente Maria dos Ais retoma o discurso, eu disse que ela trazia vontade de conversar mas afinal é vontade de falar que traz, e atira com isto: este mundo está de pernas para o ar! os novos fazem cada coisa que põem o mundo de pernas para o ar!! Não colheu qualquer resposta. Já estamos sete, faz-me notar Emília em voz baixa, que parece não estar agradada com a conversa de Maria dos Ais e aproveita para validar a sua profecia quanto à bicha. Mas a outra continua, como se "os novos" estivessem carregados de culpas e ela uma sua vítima, viraram o mundo de pernas para o ar, não sei onde isto vai parar!
Não esclarecendo o que fizeram os novos para terem conseguido tamanha façanha, avança para o exemplo com que nos brindou.
- Os meus filhos não saíram assim, graças a deus, agora os meus sobrinhos...
E mesmo não tendo havido ali registo de incentivo para que ela desenrolasse de que sofrem os sobrinhos, continua.
- Os meus sobrinhos da França, quando me vieram cá visitar, tiraram os brinquinhos, aquelas porcarias que eles usam, já sabem que eu não gosto, tiraram tudo antes de me entrarem em casa, era o que mais faltava! Os meus filhos, graças a deus, nunca foram assim! Só riam, os meus filhos! Gozavam com os primos! Mas aquilo tem alguma beleza!? Homens de brinquinhos! Este mundo está de pernas para o ar!
Dentro da estação dos correios, o funcionário aproximou-se da porta e abriu-a com a chave. Antes de entrar, olhei para trás e contei rapidamente: catorze pessoas na bicha. Emília tinha razão.
Quanto a Maria dos Ais, também. O mundo, o dela, está de pernas para o ar.

19/02/2017

Amorosos coraçõezinhos

Uma estadia curta ou longa encostada ao balcão da carne pode ter muito recheio, suco e tutano. Longa é mais de quinze minutos, esta foi curta, que são dois bifes de peru se faz favor. Há muito tempo que eu acho a carne cómica. Assim em partes nomeadas, etiquetas espetadas no lombo ou no pernil, no piano ou na febra, espetadas. Normalmente, seja em estadia curta seja em longa, não confesso que desconheço a que se destinam as partes - se é para ir ao forno se para estufar ou cozer, etc - da maior parte das carnes. Mas estamos na estadia curta dos bifes de peru e antes que o senhor talhante se despache com a facada longitudinal, lenta e cuidada no naco da ave referida, vamos lá contar que me aterraram os olhos no expositor refrigerado com carnes embaladas que está ao lado deste balcão cómico, e se o balcão é cómico, o expositor mete-o a um canto no que respeita a comicidade. O primeiro impacto foi quase como se as embalagenzinhas refrigeradas quisessem saber quem sou, tu quem és?, tal a estranheza ali instaurada. Mas dei-lhes eu antes a volta, inclino-me para as ditas, e vós quem sois, ó embalagens? Amorosos coraçõezinhos? Sim sim, amorosos. E mais: de fazer apaixonar! É evidente que lhes tirei uma fotografia, má, mas tirei, ó.



Continuo desconhecendo a que se destinam amorosos coraçõezinhos de frango português, mas reconheço que quase este magnífico golpe de marketing me captura e eu os trago, toda amorosa, para casa.

18/02/2017

Silêncio em silêncio ou pipocas à javali

Sei perfeitamente que estou a ficar obsoleta. E não é por resistir às pressões da atualidade para que troque pessoas por tecnologia ou por continuar a negar-me a prescindir de certa reflexão interior privilegiando a superficialidade que se consome num instante. Nem estou a ficar obsoleta por preferir uma agenda em papel a mais alguns bits na memória dum dispositivo eletrónico organizados num calendário também eletrónico (os eletrões do papel servem perfeitamente), não é isso. Estou a ficar nitidamente obsoleta porque deixei de saber comportar-me numa sala de cinema. Aos dezoito anos, quando ia pelo menos duas vezes por semana ver um filme no grande ecrã e nada me fazia sentir desajustada, sabia. Mas entretanto desaprendi. Desencaixei-me ou o que foi. Por exemplo, não levo apetite para comer um balde de pipocas nem sorver líquidos ricos em açúcar por palhinhas, não levo. Portanto não estou em condições de mastigar ali nada, chomp chomp. Também não me tenho lembrado de deixar o meu telefone tocar audivelmente durante o filme ou tampouco me dá jeito passar o tempo todo a escrever no ecrãzinho iluminado: esqueço-me imenso destas normas atualizadas de comportamento nas salas de cinema. E achava simpático enturmar-me, é isso que quero dizer (para não incomodar as pessoas).

Fui ver o filme intitulado “Silêncio”. Já vai há largas semanas num cinema perto de si, daí ter arriscado, pensei: talvez não haja muita gente na sala e ninguém se aperceba da minha obsolescência: o meu silêncio e o do meu telefone e ainda me perdoem a falta do mastiganço de pipocas à javali (por exemplo). E não me enganei, havia pouca gente na sala. Apenas contei três telefones a tocar o que, em três horas de filme, não está mau, um mensagista compulsivo com o ecrã e sua luzinha mesmo perto de mim e pipoqueiros não eram todos todos, vá, só alguns, chomp chomp.

Mas, tal como os padres jesuítas portugueses que pretendiam fundar raízes num país pantanoso como o Japão – palavras do guião – e foram aniquilados, em vez de me embuchar com os desajustes que me estão a manter fora dos padrões de bom comportamento no cinema, tive uma ideia muito boa. Da próxima vez - se houver próxima vez - vou berrar um pedido de desculpas por estar a incomodar os demais com o meu silêncio a cada toque de telemóvel alheio, por exemplo. Ah e tipo com um megafone. Acho que a malta vai aplaudir e a minha mãe orgulhar-se de mim.

(tirando o detalhe de o português falado pelos padres Rodrigues e Ferreira ser tal qual inglês, gostei muito do filme; mas preferia tê-lo visto em silêncio)

14/02/2017

Rt5&j1K8G%4njEg&3di (linguagem máquina)

Ontem lembrei-me da minha avó de uma maneira diferente, aliás das duas avós, por causa da evolução dos tempos e disto que sucedeu.

Eu compro de vez em quando coisas na Internet, a sério que compro. Ou livros ou bilhetes de avião. E tenho um problema, indo já direta ao assunto, que é, na ótica da utilizadora, esquecer-me com-ple-ta-men-te das passwords que me são dadas, grátis e só a mim. Dadas em linha (online) pelos sítios das compras que faço também em linha, e que consistem em coisas tipo Nhj7b%cvF509MJr4b%#.
Aparentemente fáceis de memorizar, por exemplo através de mnemónicas simples, as passwords querem-se inesquecíveis. Todavia eu, q’isto já me irrita, torno, uma e outra vez, a delas me esquecer completa e totalmente. Ou seja, mereço levar com a perguntazinha de novo, sarcástica, a barrar-me o início do processo de compra: “did you forget your password?” Epá, sim, I did! De modo que, para castigo, ontem, só à n-ésima vez consegui eu ultrapassar as barreiras de cem metros obstáculos em passwords, conseguiu aquilo irritar-me a mim, e muda a password e torna a mudar, e recebe mails e desbloqueia a conta, que se passou também, toda ela bloqueadíssima, e a verdade é que foi para lá de um trabalhão que eu tive, um trabalhão! Incluindo depois para me desirritar, claro. E para quê? Para adquirir um bilhete de avião. A minha avó, não nos estávamos a esquecer dela, pois não?, aliás delas, na verdade, nunca andou de avião, num caso, e no outro, comprou os bilhetes sem ter aprendido a palavra password, quanto mais memorizado tipo isto assim HJ76gt5bdfO&nat54LkjjTvs3.
Ia ali num instantinho ao balcão de uma agência de viagens a sentir o fresquinho no rosto, como ela dizia, e pronto.

E onde queremos nós chegar? Queremos chegar à declaração, não nós, vá, mas eu, abaixo praticamente assinada, que não, que as máquinas não nos vão tirar trabalho, à gente, pessoas. Antes no-lo estão a dar mais.

O que, ok, vamos lá ver, é bom.

10/02/2017

Um post relativamente anti

Hoje de manhã li no meu telefone que há ali umas desavenças muito convenientes entre a matéria e a antimatéria, protagonizadas por uma particulazinha e sua anti, as lindinhas, que podem perfeitamente ser as verdadeiras responsáveis por haver blogues. E pessoas. E casas. E bactérias. E luz. E fogo. E tu e eu (e o amor!) e chega. Percebe-se. Por haver o tudo. E não o nada.

E eu, que adoro adoro quando vejo notícias destas no jornal e que ainda fui verificar se é mesmo Grande Colisor de Hadrões, como o jornal escreveu, e não Grande Colisionador de Hadrões, como eu costumo dizer para quem quiser ouvir - o jornal não está errado mas eu aposto que uma coisa tão grande prefere ser Colisionador a ser apenas Colisor (óbvio), eu, dizia, pensei assim: se, na sequência do Big Bang, em vez de ter ganho a batalha a matéria, tivesse ganho a antimatéria, a antimatéria chamava-se matéria e a matéria antimatéria. E nós éramos antipessoas mas achando que éramos pessoas. Que engraçado.

07/02/2017

Figos, bananas, pepinos e frango assado

Mesmo assim estou um bocado cansada. Ser patroa de mim mesma é do género esquisito; eu sou má. Má quer dizer, chata e nham nham nham. Não me deixo intervalar, tomar um tempinho, um chopinho (adoro esta palavra chopinho) ver um episódio dos Maydays no youtube, já descobri que no youtube há muitos que eu ainda não vi, não preciso mesmo da televisão para nada (agora é que é seus malandros!), e tenho o serviço a abarrotar de canais – até me ligaram na semana passada, eu toda a trabalhar e eles a dizer que me oferecem mais canais como se isso fosse bom, eu disse-lhes com licença eu detesto canais, nem sei ligar os canais (é as minhas filhas, elas gostam e eu por enquanto vá ). De modo que agora saí do meu trabalho para vir sentar-me aqui no blogue, gosto tanto do blogue. Fui ver aos ficheiros e já acumulei quatro posts em ideias para escrever, nenhum saiu. Vai sair o mais antigo antes que fuja.

Fui, recentemente e por convite, a uma prova de vinhos. Nunca tinha ido a uma prova de vinhos. Calhou inserir-me num grupo de dezasseis pessoas, todos prontos para visitar as caves, a prova começava com uma visita às caves. Primeiro a guia fez uma narração da história da cave (é melhor dizer cave no singular porque a história é só uma), um frio, uma humidade, as pipas em silêncio alinhadas ao longo das paredes, a perder de vista as pipas, as pessoas atentas. Contei as pessoas num momento em que não estava a perceber nada do que a guia dos vinhos dizia. Ela falava holandês e quando percebeu que eu não estava completamente ali e me fez então confessar-me portuguesa, deu um salto de entusiasmo e disse que tinha ido a Portugal mesmo há pouco tempo lá às caves (afinal é plural) do vinho do Porto, e adorou adorou e Portugal é lindo lindo (e é mesmo).
Só muito depois nos sentámos enfim para fazer a prova. São três vinhos, um branco e dois tintos. Ocupamos duas mesas redondas, cada conviva com três copos e um guardanapo de papel à sua frente (digo conviva porque me diverti muito nisto). O guardanapo é para ver o vinho: a prova começa por olhar o vinho e ver-lhe muito bem a cor contra a brancura do guardanapo. Inclinar sem entornar e o vinho será velho ou será novo, diz a cor. Depois agita-se o copo de modo a fazer o vinho enlouquecer lá dentro e libertar os aromas: é quando se o cheira, cheira-se o vinho daquela maneira que se vê nos filmes, de preferência com os olhos fechados. E só depois é que o vinho está pronto a ser provado. Dá-se um gole e deixa-se em princípio o vinho ficar na boca uma data de tempo, fazer uns bochechos – não é bonito o processo, só para avisar. E depois de deglutirem ou cuspirem, são duas as opções possíveis para o vinho provado, as dezasseis pessoas foram incentivadas a informar sobre os sabores que encontravam no vinho. Álcool! diz alguém, muito bem! diz a guia dos vinhos, madeira!, muito bem!, chocolate! (juro), muito bem!, café! (café?!), muito bem!!, baunilha! (baunilha??!!..) muito bem!, (muito bem??!!), amoras! (amoras???????????.....), muito bem!!.....

E eu estava já mesmo perdida de riso e juro que este post não tinha visto a luz deste dispositivo eletrónico se alguém ali tivesse dito o que eu quis o tempo todo dizer caso a coragem não me tivesse abandonado entretanto perante o aparente elevado nível de conhecimento dos outros quinze convivas e a minha total estupefação com o que encontraram eles no vinho: uvas!


(mas para a próxima vou arriscar figos, bananas, pepinos ao segundo copo e, porque não, ao terceiro copo, frango assado! só para ver se o muito bem! continua)

02/02/2017

Hipótese

Do ponto de vista da mãe natureza, a eutanásia é tão válida como o é a indução de um trabalho de parto que, segundo critérios, está atrasado.