a voz à solta


Se leio, saio de mim e vou aonde me levam. Se escrevo, saio de mim e vou aonde quero.

01/03/2013

Miúdas à solta

Marginal, sentido Cascais Lisboa. Sete horas e trinta e cinco minutos de uma manhã brilhante de prata, gaivotas no chão, olhos fechados à luz, o sono em fundo. A maré está longe, dá espaço à praia enquanto a Lua deixa. O Sol irradia todo o seu esplendor revigorante. Relembra-me que este nosso país é tão lindo, embora eu saiba que o tempo é curto, mesmo no arrancar do dia.

As miúdas, uma com 3 a outra com 6 anos de idade, encostadas no banco de trás, oscilam ligeiramente para a frente e para trás ao ritmo do pára-arranca a que os privilegiados da linha de Cascais estão votados se querem cumprir horários.

O Nuno Rogeiro fala na rádio. Partilha a sua opinião sobre o estado desta nossa nação ao Sol. Faz previsões de futuro próximo. É o único som acima do ronronar do carro, que também tem sono mas conhece o caminho.

- "E muita gente vai ter de engolir muitos sapos vivos!" - diz o Nuno a dada altura.

Oiço comentar, directamente dos 6 anos de gente, lá atrás, com profunda indignação: 

- "Que nojo!" 

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